A economia do Brasil encolheu e as oportunidades profissionais minguaram. Vagas fechadas, demissões em massa e expectativa negativa dão contornos dramáticos ao cenário de emprego.
E se por um lado há aqueles profissionais de olho nas oportunidades que uma crise pode trazer, há quem faça tudo errado e aumente as chances de perder o emprego.
Mas, quais seriam estes erros? É o que EXAME.com foi investigar com
especialistas, gestores e profissionais da área de recursos humanos.
Confira quais são os piores comportamentos que uma pessoa pode ter neste
período.
1. Pessimismo extremo
“Um dos piores defeitos é achar que absolutamente tudo vai dar
errado, comportando-se com pessimismo diante da crise”, diz João
Roncati, diretor da People & Strategy.
A atitude é ainda mais dramática e prejudicial para o clima de
trabalho quando vem de um gestor. “Em momentos de crise, espera-se uma
postura mais madura dos profissionais”, diz Camilla Padua, gerente de Rh
da Evino.
2. Otimismo extremo
“Por outro lado, o otimismo cego é um erro. O profissional deve estar
bem informado a respeito do cenário para saber até onde pode ir e como
poderá fazer a diferença”, diz Roncati. Comportamentos panglossianos
serão encarados como sinal de ingenuidade e desinformação.
3. Especulação
“Contamina todo o ambiente”, diz Fernanda Pancheri, diretora da Note!
Comunicação. Locutores da rádio-peão que engulam seco e profetas do
Apocalipse que se cuidem. Mas semear fofocas, discórdia e espalhar o
pânico no escritório é um péssimo comportamento, segundo os
entrevistados.
De acordo com a gerente de Rh da Evino, tem profissional que se
desespera e tira conclusões precipitadas e, na maior parte das vezes,
fora da realidade. “No momento de crise a tensão é maior para todos. No
entanto alguns exageram, uma pessoa passa e não dá bom dia, o outro já
acha que será demitido”, diz.
4. Heroísmo
“É um erro grave, o profissional achar que sozinho vai conseguir
resolver todos os problemas”, diz Roncati. Quem banca o herói, se
desgasta e só revela a própria incapacidade de trabalhar em equipe.
5. Insistir em projetos caros e incertos
Difícil encontrar uma empresa que ainda não tenha ajustado custos
para sobreviver à crise. “Gestores buscam alternativas de redução de
custo e o profissional deve estar ciente que sugestões de projetos que,
pelo contrário, tragam exigências ligadas a aumento os custos, podem não
ser bem vistas”, diz Fernanda, da Note Comunicação. É importante
entender o momento pelo qual a empresa atravessa e propor projetos que
se encaixem no contexto da melhor forma.
6. Paralisia
O medo pode paralisar e entregar-se à inércia é igualmente perigoso
para a reputação profissional. “ Às vezes, a pessoa pode ter uma
sugestão de melhoria de processos mas fica travado e sente que não falar
é melhor para não se expor”, diz Solange Pechibella, gerente de
recursos humanos do Grupo Equipamed.
O risco que Solange enxerga é que o foco exclusivo nos problemas
atrapalha o surgimento de ideias, tão necessárias para encontrar
caminhos na crise.
7. Pedir aumento porque os preços subiram
Um pedido de aumento de salário não está proibido na crise. No
entanto há que se justificar com resultados e produtividade. Atribuir o
pedido ao aumento dos preços é mostrar-se um tanto quanto egoísta.
Afinal, não foi só para você que tudo ficou mais caro.
8. Descomprometer-se com a equipe
Engajamento e comprometimento com o grupo são fundamentais para se
destacar também em tempos difíceis, de acordo com Max Tozzini Bavaresco,
diretor geral da SONNE. “É importante entender o momento e sentir que
faz parte daquele grupo”, recomenda. Fazer o caminho contrário,
portanto, pode levá-lo à ruína, ou melhor, ao olho da rua.
9. Deixar de fazer a sua parte
O profissional é protagonista dos seus resultados e deve assumir este
papel, diz Bavaresco. Não é só o gestor que deve dar o exemplo. O
comportamento de dono do negócio deveria estar presente em todos os
níveis hierárquicos, na crise ou na bonança.
Lembre-se as oportunidades profissionais que têm surgido em maior
número são para trazer mais eficiência com a substituição de
profissionais que não estão entregando os resultados esperados e trazer
mais eficiência. Você quer substituir ou ser substituído?
10. Ameaçar levar seu “brilhantismo” a outra freguesia
Especialistas e pessoas com raro conhecimento são os mais propensos a
cometer este erro. Ao se considerarem essenciais ao bom andamento da
operação, podem usar a necessidade da empresa pelo seu trabalho um
elemento de barganha.
“É um momento de parceria e colocar a empresa em uma situação
ameaçadora para conseguir alguma vantagem é também um dos piores erros”,
diz Camilla Padua, da Evino.
Fonte: Exame.com
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