Bom,
precisamos entender que o mundo contábil vem passando por grandes
transformações técnicas e de mercado. Nos últimos anos tivemos a entrada
em vigor dos SPEDs, novas obrigações acessórias exigidas pelo fisco,
procedimentos que devem ser refeitos, IFRS (padrão internacional de contabilidade)
e por ai vai. Olhando por outro ângulo, temos também grandes
modificações no mercado, tais como empresas se capacitando, operações se
automatizando, entrada no mercado das contabilidades on-line,
distanciamento da teoria par5a a prática, entrada de grupos
internacionais nesse mercado, etc.
E a pergunta se repete, como ficam as empresas contábeis nesse
turbilhão de emoções profissionais? É difícil saber o que fazer e como
conduzir esse processo. Vemos mutos empresários contábeis,
principalmente os pequenos, em uma grande dúvida de qual caminho seguir.
Aumento o escritório (não gosto desse termo, acho empresa melhor),
vendo para um escritório maior, faço uma fusão, diminuo de tamanho e
consequentemente os custos. Não é fácil saber o que fazer. Inicialmente
precisamos entender que o mercado das empresas contábeis, por tudo isso
que comentei, estamos em uma fase de grandes modificações e ajustes. É
um mercado conceitualmente tradicional e está se modernizando agora em
uma velocidade incrível, pois passou muitas décadas com suas operações
estagnadas. Vamos olhar o mercado como um todo, pois as empresas estão
se profissionalizando e automatizando suas operações, para ter menos
custos de operação e produção e uma maior eficiência no mercado. Lembro
bem dos bancos na década de 80 que faziam investimentos gigantes para
automatizar seus processos e exatamente olhando o mercado é que vamos
saber para onde ir, que caminho tomar. Os empresários contábeis de uma
forma geral (existem exceções) são muito tradicionais, até por conta da
sua questão técnica, que nos obriga a ter uma visão conservadora para
não corremos o risco do erro. Mas o mundo empresarial é diferente e
nesse caso precisamos separar bem o profissional do empresário contábil.
Essa discussão não é nova, mas vem mudando de caminho. Na década de 80,
por exemplo, era a utilização de software ao invés a escrituração
manual e os controles e descontroles por conta da alta inflação, em 90 a
informatização efetiva e integração entre sistemas, em 2000 a
integração entre setores e processos e neste momento, a virtualização.
Então pensemos um pouco, porque automatizar, integrar e virtualizar se a
contabilidade
é a mesma em todos esses casos. Muito simples, pois a questão não é
técnica, mas sim empresarial, de gestão. A diferença é ter maior
velocidade, menor custo, reduzir riscos e consequentemente maior
satisfação do cliente.
Atualizar uma empresa contábil e suas operações não é tarefa simples,
principalmente se uma empresa está atrasada nesse processo. Mas isso é
vital. Se alguém acha que vai permanecer no mercado com operações
defasadas, é um engano. Olhe o mercado como um todo, as empresas de
várias atividades que não modernizaram as suas gestões e operações,
acabaram, e assim também acontecerá com as empresas contábeis. Não se
desespere se estiver atrasado, somente terá que correr e se esforçar um
pouco mais. Mas e agora, não tenho recursos e preciso atualizar minha
empresa. Muito simples, volte a olhar o mercado em geral, as empresas em
geral se fundem, compram, são vendidas, etc. O que será melhor, ser um
gestor bem remunerado que uma organização forte e sólida, com bons
rendimentos ou seu dono de um escritório contábil aos trancos e
barrancos.
A opção de fundir várias pequenas empresas contábeis proporciona
inúmeras vantagens, como reduzir custos, centralizar seus gestores nas
suas melhores competências e otimizar processos. Existem vários casos de
grande sucesso nessa área. Tenho vários amigos que fizeram essa
operação e hoje estão muito bem. Já vi essas operações em todos os
cantos do Brasil, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Minas Gerais, entre
outros estados. Muitas vezes vários empresários contábeis ficam presos
às suas empresas, com discursos do tipo: Fui eu que fundei, comecei do
zero, veio de família. Isso não é bom, pois todos esses discursos são
limitadores de negócio e tornam a visão do mercado totalmente míope.
Você não deve ficar olhando para dentro, saia do seu escritório, veja o
que está acontecendo no mercado, leia mais, observe as outras empresas
(contábeis ou não) e por fim não tenha medo de errar. Lembre-se o que
número um de qualquer mercado erra muito mais que você, pois não tem um
caminho já aberto pela frente, pois é ele que abre o caminho para o
restante do mercado.
E a crise no nosso país. A crise é somente mais um obstáculo no nosso
caminho empresarial. Esse ambiente de maior dificuldade, requer que
tenhamos maior atenção, velocidade, criatividade e inovação. Muito
cuidado com suas finanças e agora não é hora de se endividar. Baixar honorários tem sido uma constante, mas será que os seus custos estão compatíveis com essas reduções?
Por fim, seja criativo, inclua novos serviços que o seu cliente
precisa, inove, seja arrojado e olhe sempre a movimentação do mercado.
Tenho certeza que adotando essas práticas você vai ter sucesso nos seus
negócios. Faça diferente.
Boa sorte!
Por: Helio Donin Jr
Fonte: jornal Contábil
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