Vencer,
superar, melhorar, são jargões utilizados de todas as formas e em todos
os projetos de empreendedorismo, para passar confiança e propor uma
forma de superar a crise, ao menos no papel.
Qual seria verdadeiramente a melhor forma de vencer um obstáculo ou procurar a cura para um mal?
Na década de 1980 trabalhava-se a autoestima do paciente como forma de cura para os males da saúde. Hoje focamos a ciência.
Ou seja, mais do que palavras ou projetos complicados, a ciência é o estudo da melhor forma, da incubadora de ideias e da troca de informações.
Ou seja, mais do que palavras ou projetos complicados, a ciência é o estudo da melhor forma, da incubadora de ideias e da troca de informações.
Todos os seres que evoluíram na vida terrestre, são não por acaso, as
espécies que trocam informações. Seres hermafroditas, ou seja, se
reproduzem sem auxilio de ninguém, ficam na mesmice.
As mais belas flores são as fecundadas pelas abelhas que misturam os
genes e informações de outras plantas, a evolução da espécie se dá por
combinação gênica.
Quando empresas de mesmo segmento começam a enxergar que são
parceiros e a troca de experiências entre eles traz uma combinação de
genes benéfica aos dois, isto é o verdadeiro associativismo.
O crescimento empresarial é por tentativa e erro, assim como na
ciência, mas com a troca de informação de seus pares a chance de
sobrevivência é infinitamente maior.
Imagine em 1894, quando produtores começaram a se unir em torno de um
mal que os combatia com vigor maior do que a broca nas plantações de
café, um mal que fazia perder tudo que produziram, ou seja, aquele que
levava sua mercadoria e não pagava.
Com o mais rudimentar serviço de análise de credito, surgia a
Associação Comercial. Onde, com a troca de informações entre eles, se
obtinha os nomes dos maus pagadores.
Estes nomes eram falados na praça para todos saberem e não darem
crédito aos maus pagadores. Ali surgiu o Serviço Central de Proteção ao
Crédito – SCPC.
Ali surgiu da forma mais natural e bela, a força do associativismo e
da troca de experiências. A partir deste ponto, se alguém tinha o nome
sujo na praça, não teria seu credito.
Era sabido que aquela pessoa havia dado um golpe em alguém, mas você
estava resguardado na experiência que adquiriu sendo associado e
trocando informações.
Pense na quantidade de informações e de trocas possíveis adquiridas
ao longo de todos estes anos, multiplique pelos mais diversos segmentos
associados. Basta aos associados trabalhar toda esta informação para ser
infinitamente mais competitivo com bases sólidas e não somente com
autoestima.
E a nova geração, como emerge neste cenário em que o fortão de antes agora é esnobado e o nerd é valorizado?
Somos a geração que interage mais com máquinas do que com pessoas,
preferimos trabalhar e desenvolver sozinhos em vez de trabalhar em
equipe. Temos a sensação que dirigimos bem por dominar os comandos em
jogos como Gran Turismo ou malandros como no GTA, o mesmo vale para
estratégias, futebol e etc.
Certamente estas habilidades nos fizeram desenvolver um raciocínio
lógico, rápido e isto nos dá vantagem competitiva. Por outro lado,
perdemos a troca de gens com nossos pares e isto dificulta nosso
crescimento, pois temos que passar por todas as tentativas e erros
novamente.
Nomes da ciência como Newton, Einstein, Hermes, Sócrates e etc. mesmo
Steve Jobs e Bill Gates, não tiveram estas vantagens competitivas, mas
tornaran-se os maiores nomes dos avanços científicos e tecnológicos da
história.
Tinham a curiosidade, ambiente que estimulasse a descoberta e acima
de tudo, tinham o associativismo. A união e a troca de informações para
construção de algo material e palpável.
Mesmo um gênio no desenvolvimento de sistemas, não teria sucesso sem a
associação a alguém de marketing ou finanças que pudesse colocar um
ritmo comercial ao produto e ao estudo mercadológico.
Esta nossa geração sonha um mundo melhor, ganhando mais e trabalhando
menos e com menos responsabilidades, onde trabalhamos para viver.
Mas tem ocorrido o oposto: temos vivido para trabalhar, ganhamos
menos, trabalhamos na empresa durante o dia e até a madrugada em casa,
em home office com metas loucas e chefes na internet e celular ate a
hora que ele quiser, nos empurrando responsabilidades que seriam deles.
Nesta ânsia do mundo Google para trabalhar, descobrimos que o mundo
da fantasia para de existir quando chegam as metas, que ficamos teclando
com abreviações por falta de tempo de escrever td. tcl c rapidez p n
perdermos nosso fds com trabalho.
Neste novo cenário onde expressamos nossos sentimentos com KKK ou
RSRSRS, ficamos anônimos atrás das telas pensando em como desenvolver
algo e ser grande, para voltar ao sonho inicial do viver para trabalhar.
Nesta ânsia ficamos escondidos e egoístas pensando que alguém pode
roubar nossa ideia. Quando o real valor esta na realização e na
concretização das ideias, e isto não se faz sozinho em casa.
Podemos ter o melhor dos dois mundos, todas estas habilidades
desenvolvidas na atualidade e a experiência associativa que nos da
experiência empresarial. Nos agrega a novos valores e pessoas que nos
fazem avançar no horizonte, mostram o caminho do sucesso.
O novo mundo se construiu pela associação de pessoas lutando por algo
melhor, pela pavimentação da rua, pela escola mais próxima e ainda hoje
movimentos associativos trazem muitos resultados, veja o exemplo dos 20
centavos no transporte ou remanejamento escolar.
Empresarialmente falta a nossa geração mais integração, troca de
experiências. O verdadeiro empreendedor consegue agregar pessoas e
valores, consegue utilizar com sabedoria a experiência de outros, ver o
que fazer e não fazer, ainda mais em um cenário econômico tão instável
como o que vivemos hoje.
Tempos que nos remetem a plano Verão, Collor, inflação alta, tempos
que não vivemos, mas se bem utilizarmos a experiência adquirida por quem
passou por isso, poderemos sair fortalecidos e ser a nova classe
empresarial do Brasil.
POR MICHEL WIAZOWSKI ROCHA
Fonte: Diário do Comércio - SP
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