O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (15) a
Medida Provisória 690/15, que aumenta a tributação das chamadas bebidas
quentes (vinho e destilados) e dos produtos de informática
(computadores, tablets, smartphones, etc.). A matéria, aprovada na forma
do parecer do senador Humberto Costa (PT-PE), será enviada à sanção.
Todas as mudanças previstas valerão a partir de 1º de janeiro do ano
que vem. Pelo texto original da MP, a elevação dos tributos ocorreria já
em 1º de dezembro deste ano. Como a MP tem força de lei, a diferença
dos tributos previstos originalmente e os aprovados quando o texto virar
lei serão objeto de compensação.
De acordo com texto aprovado, vinhos e aguardentes pagarão uma
alíquota menor do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Em vez
de 10% ou 20% propostos originalmente pela MP para os vinhos, incidirão
6% em 2016 e 5% de 2017 em diante.
Emenda do deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) incluiu nessas
alíquotas os licores, que constam de lista de outras bebidas definidas
pelo Decreto 8.512/15 com alíquota de 30%, como o gim e a vodca. O
decreto impõe 15% para os vermutes.
Na MP, o rum e os aguardentes serão tributados com 17%, enquanto no texto original eram 30%.
Valor do produto
Os percentuais serão aplicados sobre o valor do produto (ad valorem). Hoje, segundo a Lei 7.798/89, o imposto é cobrado por valor fixo sobre a quantidade produzida (ad rem). “Esse regime cria distorções na livre concorrência. Há, por exemplo, bebidas de elevadíssimo valor comercial em que incide um total de imposto de apenas R$ 0,73”, argumentou Costa.
Os percentuais serão aplicados sobre o valor do produto (ad valorem). Hoje, segundo a Lei 7.798/89, o imposto é cobrado por valor fixo sobre a quantidade produzida (ad rem). “Esse regime cria distorções na livre concorrência. Há, por exemplo, bebidas de elevadíssimo valor comercial em que incide um total de imposto de apenas R$ 0,73”, argumentou Costa.
Segundo a Receita Federal, embora a mudança do modelo de tributação
deva gerar receitas adicionais, estimadas em torno de R$ 1 bilhão em
2016, a mudança pretende simplificar o processo de cobrança por meio da
tributação com um modelo tradicional, já aplicado ao restante da
economia.
O novo modelo de tributação também equipara o distribuidor ligado a
industrial/importador ao contribuinte industrial com o objetivo de dar
equilíbrio à concorrência e acabar com distorções.
Selos para vinhos
Em decorrência das mudanças, a Receita adotou outra medida de simplificação tributária, isentando os produtores de vinhos nacionais e importados da selagem de seus produtos e de inscreverem-nos em registro especial mantido pelo órgão.
Em decorrência das mudanças, a Receita adotou outra medida de simplificação tributária, isentando os produtores de vinhos nacionais e importados da selagem de seus produtos e de inscreverem-nos em registro especial mantido pelo órgão.
Informática
Quanto ao Programa de Inclusão Digital, que isenta computadores, smartphones, roteadores e tablets da cobrança de PIS/Pasep e da Cofins, o aumento será menor a partir de 2017.
Quanto ao Programa de Inclusão Digital, que isenta computadores, smartphones, roteadores e tablets da cobrança de PIS/Pasep e da Cofins, o aumento será menor a partir de 2017.
Atualmente, esses produtos contam com alíquota zero até 31 de
dezembro de 2018, conforme estipulado pela Lei 13.097/15, derivada da
Medida Provisória 656, de outubro de 2014.
Segundo o texto aprovado para a MP 690, a partir de 1º de janeiro de
2016 os produtos pagarão alíquota em torno de 10% sobre as vendas do
varejo. Entretanto, em 2017 e em 2018 elas serão reduzidas em 50% e, de
2019 em diante, volta a valer a alíquota zero.
A expectativa inicial do governo com o aumento das contribuições era
de arrecadar um valor extra de R$ 6,7 bilhões. Por outro lado,
representantes do setor consideram incorreta a estimativa devido à queda
das vendas antes mesmo do aumento do tributo.
Direitos autorais
Outro aumento de tributo previsto na MP 690 era do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) incidentes nas receitas de direito de autor e de imagem.
Outro aumento de tributo previsto na MP 690 era do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) incidentes nas receitas de direito de autor e de imagem.
Entretanto, emenda do deputado Otavio Leite (PSDB-RJ) retirou do
texto esse aumento, que impedia o recolhimento desses tributos apenas
sobre 32% da receita obtida pela pessoa jurídica criada especificamente
para buscar tributação mais favorecida em relação ao imposto incidente
para a pessoa física.
O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), chegou a
protestar com a base aliada que seguiu a proposta da oposição. O governo
esperava arrecadar R$ 620 milhões a mais em 2016 com essa nova
sistemática do direito de autor.
Bebidas frias
Outra emenda aprovada em Plenário, de autoria do deputado Junior Marreca (PEN-MA), fez mudanças no aproveitamento de crédito presumido por atacadistas que vendem bebidas frias (cerveja e refrigerante, por exemplo).
Outra emenda aprovada em Plenário, de autoria do deputado Junior Marreca (PEN-MA), fez mudanças no aproveitamento de crédito presumido por atacadistas que vendem bebidas frias (cerveja e refrigerante, por exemplo).
A emenda muda a Lei 13.097/15, oriunda da MP 656/14, que introduziu
novo modelo de tributação do setor, pelo qual ele passou a
pagar PIS/Pasep e Cofins com alíquotas sobre o valor de venda e não mais
sobre o volume de produção ou sobre um preço médio.
O texto aprovado nesta terça pelo Plenário permite aos atacadistas
apurarem crédito presumido sobre o valor de aquisição de seus estoques
adquiridos no mercado interno que estavam de sua posse em 30 de abril de
2015, último dia do mecanismo antigo de tributação.
A emenda também prevê que o valor do frete somente integrará a base de cálculo
das bebidas frias se a empresa produtora ou o atacadista mantiverem
relação jurídica com a transportadora, como nas situações de controlada e
controladora, participação no capital social ou presença de sócios nos cargos de direção.
ÍNTEGRA DA PROPOSTA:
http://www2.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=1700883
Reportagem – Eduardo Piovesan
http://www2.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=1700883
Reportagem – Eduardo Piovesan
Edição – Pierre Triboli
Fonte: Agência Câmara
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