“Não sei
por que ele ficou tão chateado, afinal eu fiz uma crítica construtiva!”
Nossa intenção pode ser muito positiva ao darmos um feedback negativo a
alguém, mas se ele for percebido como uma crítica, com certeza, não
surtirá o efeito que gostaríamos.
Importante lembrar que considerar a crítica como construtiva é
prerrogativa de quem a recebe. Não basta ter uma boa intenção se a
maneira de interagir com os outros não é condizente com o objetivo
almejado na comunicação.
Culturalmente, e por diversas razões, a maioria das pessoas tende a receber qualquer feedback negativo
como uma crítica pessoal, dificultando assim um fluxo de informações
produtivas durante um diálogo. Então, como fazer uma crítica a alguém,
mesmo que necessária, com relação a um trabalho que está em desacordo
com os padrões previamente definidos?
Algumas regras básicas podem nos ajudar a ser mais bem-sucedidos nessa árdua e delicada tarefa.
Primeira regra básica: critique o trabalho, nunca a
pessoa. Mesmo sendo difícil separar esses dois aspectos, é necessário
estar muito atento no uso adequado das palavras. Busque sempre o fato
ocorrido, seja um erro em um relatório ou um comportamento indevido. As
pessoas respondem à intenção da comunicação e não necessariamente ao que
está sendo dito. Portanto, seja o mais claro e sincero possível. Evite
criar dúvidas sobre o seu objetivo ao criticar uma ação.
Segunda regra de extrema importância: comece sempre
uma conversa difícil com uma pergunta como “você percebeu que”, “você
notou que”. Outra sugestão é iniciar dizendo: “percebo que você tem tido
dificuldades no entendimento desse assunto. Minha percepção está
correta? Como posso ajudar a mudar isso?” Dessa forma, igualamos nosso
entendimento ao fato. Só assim, a comunicação começa a fluir, eliminando
a barreira tão comum da autodefesa, que pode inibir a possibilidade da
mudança que queremos promover.
O foco mais importante ao avaliarmos alguém é que ele amplie a
consciência sobre os fatos que geraram a crítica, caso contrário, não
haverá aprendizado. Quando fazemos as perguntas certas, as pessoas
sentem-se mais confiantes e seguras durante a conversa, e, assim,
podemos ajudá-las a não cometer os mesmos erros novamente.
Onde há aprendizado há motivação. E onde há respeito há mudança de atitude e vontade de crescer a fim de desempenhar-se melhor. As avaliações de desempenho conduzidas pelos líderes nas organizações devem ser feitas de forma constante, com muita seriedade e empatia, com o nobre intuito de ajudar no desenvolvimento das carreiras dos liderados.
Onde há aprendizado há motivação. E onde há respeito há mudança de atitude e vontade de crescer a fim de desempenhar-se melhor. As avaliações de desempenho conduzidas pelos líderes nas organizações devem ser feitas de forma constante, com muita seriedade e empatia, com o nobre intuito de ajudar no desenvolvimento das carreiras dos liderados.
Não podemos controlar o comportamento do outro, mas podemos dominar o
nosso por meio de escolhas mais conscientes, propiciando feedbacks
produtivos e motivadores. É muito fácil cair na armadilha do emocional e
usar a crítica ao outro para despejar as nossas frustrações e nossos
desconfortos com relação ao seu desempenho. Esquecemo-nos, porém, que o
foco não está em nós, mas no outro e o manteremos motivado se formos
percebidos como pessoas genuinamente interessadas em seu crescimento
intelectual, emocional e espiritual. Só assim, a crítica poderá ser
“construtiva”.
Maria Cristina Ortiz de Camargo é docente da BSP – Business School São Paulo.
Fonte: Exame.com
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