As
principais entidades que representam a atividade de e-commerce no Brasil
vão se reunir nesta terça-feira (19) para discutir mudanças na nova
regra tributária que tirou o sono de pequenos varejistas. A mudança
prevê a partilha do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) entre os estados que compartilham mercadorias.
Pela nova regra, uma loja de São Paulo que vender vinhos nacionais pela internet para um consumidor do Piauí precisa agora dividir a arrecadação do imposto com o estado que recebe a mercadoria.
Pela nova regra, uma loja de São Paulo que vender vinhos nacionais pela internet para um consumidor do Piauí precisa agora dividir a arrecadação do imposto com o estado que recebe a mercadoria.
Antes da mudança, essa empresa recolhia toda a alíquota do ICMS
apenas para São Paulo. O cálculo era bem mais simples. O estado de
origem ficava com toda a parte do bolo da arrecadação e o estado que
consumia, nada arrecadava. A medida trata então de repartir o ICMS entre os dois estados.
As entidades do pequeno varejo reclamam que as empresas do Simples Nacional
recolhem o imposto de forma unificada em uma única guia, e a nova
obrigação praticamente acaba com essa unificação do regime tributário.
"A regra acabou com o tratamento diferenciado das micro e pequenas
empresas", diz o presidente nacional do Sebrae, Afif Domingos.
Ele afirmou que o Ministério da Fazenda e o Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) vão se reunir com as entidades do varejo na próxima quarta-feira (20) para discutir as recentes alterações na nova lei que rege a tributação.
Ele afirmou que o Ministério da Fazenda e o Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) vão se reunir com as entidades do varejo na próxima quarta-feira (20) para discutir as recentes alterações na nova lei que rege a tributação.
O Convênio 93, publicado pelo Confaz, estabeleceu que as empresas incluídas no Simples Nacional serão submetidas às mesmas regras de partilha do ICMS entre os estados previstas pela emenda constitucional.
Ao Jornal Nacional, o Confaz afirmou que "a medida é importante para
reduzir o desequilíbrio tributário entre os estados”. Procurada pelo G1,
a Fazenda não se pronunciou.
A nova regra também obriga o empresário a se cadastrar nas secretarias da Fazenda de cada um dos 26 estados ou Distrito Federal para onde vai vender. “Em vez de criar um sistema compensatório entre os Fiscos, eles jogaram nas costas do contribuinte todas as obrigações acessórias que o Fisco deveria assumir”, defende o presidente do Sebrae.
A nova regra também obriga o empresário a se cadastrar nas secretarias da Fazenda de cada um dos 26 estados ou Distrito Federal para onde vai vender. “Em vez de criar um sistema compensatório entre os Fiscos, eles jogaram nas costas do contribuinte todas as obrigações acessórias que o Fisco deveria assumir”, defende o presidente do Sebrae.
Protesto de lojas online
O e-Commerce Brasil, responsável por fomentar a atividade no país, lançou nesta segunda-feira (18) um movimento contra o Convênio 93 e pediu que as lojas virtuais coloquem uma tarja preta no rodapé de seus sites em protesto contra a nova regra.
Segundo Viviane Vilela, diretora executiva da empresa, a obrigação de recolher o imposto em diferentes guias aumenta a carga tributária das pequenas empresas. “Tem pequena empresa fechando porque não tem condições de cumprir uma carga tributária multiplicada duas ou três vezes", diz Viviane.
A empresa diz que defende a partilha do ICMS entre os estados. “O que repudiamos é essa terceirização do trabalho do Fisco e a inclusão das pequenas empresas nessa regra de forma arbitrária, sem diálogo com ninguém.
O e-Commerce Brasil, responsável por fomentar a atividade no país, lançou nesta segunda-feira (18) um movimento contra o Convênio 93 e pediu que as lojas virtuais coloquem uma tarja preta no rodapé de seus sites em protesto contra a nova regra.
Segundo Viviane Vilela, diretora executiva da empresa, a obrigação de recolher o imposto em diferentes guias aumenta a carga tributária das pequenas empresas. “Tem pequena empresa fechando porque não tem condições de cumprir uma carga tributária multiplicada duas ou três vezes", diz Viviane.
A empresa diz que defende a partilha do ICMS entre os estados. “O que repudiamos é essa terceirização do trabalho do Fisco e a inclusão das pequenas empresas nessa regra de forma arbitrária, sem diálogo com ninguém.
Pequenos empresários reclamam da burocracia
As pequenas empresas também do aumento de burocracia que pode afogar empresas de estrutura menor, com poucos funcionários.
As pequenas empresas também do aumento de burocracia que pode afogar empresas de estrutura menor, com poucos funcionários.
Inaugurada em novembro de 2015, a loja virtual Tresur, especializada
em roupas para mulheres plus size, recolhe os tributos pelo Simples Nacional.
Mas João Carlos cunha Guarinello, que é pai de uma das sócias e
auxilia na parte financeira, diz que isso ficará descaracterizado por
causa da mudança.
“A Tresur é Simples Nacional,
e quando a gente opera do modo que está na legislação, deixa de ser
Simples, porque eu tenho que recolher o diferencial do ICM dentro dos
estados. Ou seja, ela é uma Simples Nacional que funciona com tributação normal. Descaracterizou totalmente o Simples”, queixa-se Guarinello.
“Na Tresur, trabalha a minha filha e mais uma funcionária. A empresa
está faturando de R$ 25 mil a R$ 30 mil neste início. A cada operação,
eu tenho que recolher o tributo. Só que não existe um banco que recolha
de todos os estados. Então ou eu tenho que ter inscrição estadual em
todos os estados do Brasil e fazer o recolhimento uma vez por mês ou, a
cada operação, eu tenho que recolher um tributo. A operação é uma coisa
horrível para uma empresa pequena”, queixa-se ele.
"É um custo a mais na empresa. Hoje são 10 notas por dia, daqui a
pouco são 40. Eu vou ter um funcionário que, em vez de estar fazendo
operação de coisa mais interessante, está lá só para ficar recolhendo
imposto."
Sócio de uma empresa de assinatura de snacks, o Farofa.la, Mikael Linder diz que a mudança já começou a prejudicar o negócio. "Tira o foco do desenvolvimento da empresa e atendimento ao cliente e passa para resolver burocracia que não torna atividade melhor ou o mercado mais dinâmico", diz.
Sócio de uma empresa de assinatura de snacks, o Farofa.la, Mikael Linder diz que a mudança já começou a prejudicar o negócio. "Tira o foco do desenvolvimento da empresa e atendimento ao cliente e passa para resolver burocracia que não torna atividade melhor ou o mercado mais dinâmico", diz.
A empresa tem dois anos de vida e faz entregas para consumidores de
todo o Brasil. Tem dois sócios e cinco funcionários. Linder conta que
vai precisar contratar mais um funcionário para cuidar só desse
processo. "Isso, obviamente, elevará nossos custos mensais, sem gerar
ganhos proporcionais. Essa equação é ruim para qualquer empresa, mas é
particularmente penosa para empresas jovens e pequenas", opina o
empresário.
Fonte: Portal G1
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