O novo
ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, disse hoje (21) a investidores
estrangeiros que o governo continua comprometido com o ajuste fiscal e
que fará o que for necessário para cumprir a meta de superávit primário
de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços
produzidos no país) em 2016. O superávit primário é a poupança que o
governo faz para o pagamento dos juros da dívida.
O objetivo de Barbosa é tranquilizar o mercado financeiro e mostrar o empenho do governo nos ajustes da economia após ser escolhido para substituir Joaquim Levy no Ministério da Fazenda. Levy defendia uma meta maior que 0,7%. A conversa de Barbosa com o mercado financeiro foi por meio de uma teleconferência conduzida pelo banco J.P. Morgan.
O objetivo de Barbosa é tranquilizar o mercado financeiro e mostrar o empenho do governo nos ajustes da economia após ser escolhido para substituir Joaquim Levy no Ministério da Fazenda. Levy defendia uma meta maior que 0,7%. A conversa de Barbosa com o mercado financeiro foi por meio de uma teleconferência conduzida pelo banco J.P. Morgan.
“Acertamos com o Congresso Nacional a redução da meta de 0,7% para
0,5% do PIB, com uma margem para investimentos, mas a decisão terminou
não sendo essa. Mesmo assim, vamos perseguir esse objetivo [0,5% do PIB]
e fazer os ajustes”, informou Barbosa. Ele disse também que espera a
aprovação da nova Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira
(CPMF), destinada a custear o déficit da Previdência Social, mas
informou aos investidores que, caso a aprovação demore no Congresso
Nacional, terá que encontrar alternativas.
Barbosa enfatizou também para os investidores que não há mudanças na
política econômica e que, além do objetivo de continuar fazendo o ajuste
fiscal, existe a redução da inflação. O Conselho Monetário Nacional
(CMN) definiu como meta 4,5% para 2016 e 2017, sendo que o limite de
tolerância é de 2 pontos percentuais no ano que vem e 1,5 ponto em 2017.
Segundo o boletim Focus divulgado hoje pelo Banco Central, o
mercado financeiro estima, no entanto, a inflação medida pelo Índice de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 6,87%.
O ministro voltou a falar na reforma da Previdência Social como forma
de torná-la mais sustentável para o governo ao longo dos anos e
ressaltou que essa é uma das preocupações que vêm sendo discutidas. De
acordo com Barbosa, os técnicos têm trabalhado para encontrar uma saída
nesse sentido. Ele citou a recém-criada fórmula 85/95 progressiva, já
em vigor, e a necessidade de se discutir a fixação de uma idade mínima
para as aposentadorias. De acordo com Barbosa, a expectativa do governo é
mandar a proposta, ainda em 2016, ao Congresso Nacional.
Na fórmula 85/95, o trabalhador pode se aposentar, com 100% do
benefício, quando a soma da idade e tempo de contribuição for 85, no
caso das mulheres, e 95, no caso dos homens. A partir de dezembro de
2018, essa fórmula sofrerá o acréscimo de 1 ponto a cada dois anos. A
lei limita esse escalonamento até 31 de dezembro de 2026, quando a soma
para as mulheres passará a ser de 90 pontos, e para os homens, de 100
pontos. O tempo mínimo de contribuição permanece de 30 anos para as
mulheres e de 35 anos para os homens. Existe também a regra que permite a
aposentadoria antes dos 60 anos (mulheres) e dos 65 anos (homens), mas
sujeita ao fator previdenciário.
Como falava com investidores, o ministro fez questão de ressaltar que
o Brasil continua sendo uma grande oportunidade. Questionado sobre a
desindexação da economia, Barbosa destacou que, agora, o objetivo é
combater e controlar a inflação e só depois tomar medidas nesse sentido.
Antes de conversar com os investidores, o novo ministro reuniu-se com o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, em Brasília, em evento fechado à imprensa.
Antes de conversar com os investidores, o novo ministro reuniu-se com o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, em Brasília, em evento fechado à imprensa.
A posse de Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda está prevista para
as 17h. Na última sexta-feira (18), substituiu Joaquim Levy por Barbosa
no comando da Fazenda. Barbosa era ministro do Planejamento. Para o
lugar de Barbosa, a presidenta Dilma Rousseff nomeou o ministro da
Controladoria-Geral da União (CGU), Valdir Simão.
Fonte: Agência Brasil
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