É notícia por tudo quanto é canto: a taxa de desemprego no
Brasil subiu para 8,9% no terceiro trimestre deste ano – no mesmo
período de 2014, estava nos 6,8%. Esse resultado, recorde, feito
encontrado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD)
Contínua, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Esses números parecem horríveis. Mas pavorosos parece ser um termo mais adequado.
Quando a vida nos dá limões, façamos uma limonada. Para professores
de macroeconomia, o momento atual é uma oportunidade de apresentar aos
alunos o que é uma recessão: quem quer trabalhar não consegue emprego, o
poder de compra dos salários cai e ficamos nos perguntando “quando isso
acaba?”.
Outra lição importante deste desemprego recorde: experiências
populistas e de alta intervenção econômica do Estado acabam mal. Já
passamos por isso várias vezes, mas ainda não aprendemos. Quem sabe
desta vez?
Nos anos 50, o presidente Juscelino prometeu fazer o Brasil crescer
50 anos em apenas 5. Resultado? Crise cambial e conflito social que
desembocou em golpe militar.
Nos anos 70, o presidente Geisel nos prometeu que continuaríamos
crescendo puxados pelo Estado, apesar do ambiente externo adverso.
Resultado? Mega recessão e a crise da dívida no início da década de
1980.
Quando mal tínhamos saído dessa última crise, o populismo voltou em
1986 com o presidente Sarney. Ele prometia crescimento rápido, Estado
gastador e reservas de mercado (incentivo e proteção da produção
nacional). Resultado? Nova crise cambial, desta vez com hiperinflação e
10 anos de paralisia da atividade econômica.
Finalmente parecia que tínhamos aprendido a lição. Demoramos quase 20
anos para fazer bobagem novamente. Foi quando o presidente Lula, em seu
segundo mandato, e depois sua sucessora, a presidente Dilma, fizeram
também promessas: de acordo com eles, a expansão do gasto público, a
intervenção do Estado na economia (via BNDES, o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social) e as bondades com dinheiro alheio
nos levariam à primeira divisão, ficaríamos entre os países mais ricos.
Resultado? Nada muito diferente aos obtidos nas outras vezes.
Temos uma economia toda distorcida, cujas indústrias que o governo
quis vitaminar (de petróleo, etanol e automobilística) estão todos
quebradas. E, para completar, viveremos no mínimo dois anos de recessão.
Fonte: Porque.com
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