As vendas do varejo paulista recuaram 5,9% no ano passado afetadas, principalmente, pela restrição e encarecimento do crédito e pela queda na renda e no emprego.
Esses fatores têm impacto direto no consumo das famílias, e eles
continuam a fustigar o brasileiro em 2016, o que leva as projeções da
Associação Comercial de São Paulo (ACSP) a apontarem para um recuo ainda
maior nas vendas deste ano.
Tendo como parâmetro o resultado acumulado em 12 meses, a ACSP prevê
que a queda de 5,9% se aprofundará e encerrará o primeiro semestre com
uma contração, em termos anuais (acumulada em 12 meses), de 7,4%, frente
ao mesmo período de 2015.
Para projetar o comportamento das vendas a entidade usa o seu Índice
Nacional de Confiança (INC), que mede a disposição do consumidor em
gastar. Atualmente este índice mostra um pessimismo acentuado.
“A piora das condições financeiras e a menor segurança no emprego
continuam a provocar quedas recordes na confiança do consumidor, e,
portanto, em sua disposição a comprar durante os próximos meses.
Esperamos que, a partir do segundo semestre, o setor recupere parte
dessas perdas, e termine o ano com desempenho melhor que 2015”, comenta
Alencar Burti, presidente da ACSP e da Facesp.
“É preciso esclarecer que a falta de confiança do consumidor não é a
causa dos números negativos, mas sim uma consequência da diminuição da
renda, do receio de perder o emprego, da maior dificuldade para se obter
crédito”, diz Ulisses Gamboa, economista da ACSP.
Para ele, o varejo paulista sente mais fortemente o impacto desses
fatores macroeconômicos devido à crise da indústria, setor que têm
grande peso na economia da região, mas que vem demitindo e reduzindo
salários para se ajustar à economia recessiva.
Com o consumidor menos disposto a comprar, foram poucos os segmentos
do varejo que conseguiram fechar 2015 com as vendas positivas.
Dos nove segmentos pesquisados pela ACSP no relatório periódico
ACVarejo, apenas dois registraram aumento nas vendas: farmácias e
perfumarias, com alta de 3,1% no ano, e supermercados, com 0,6% de
crescimento.
O pior resultado foi registrado pelas concessionárias de veículos,
que registraram queda de 17,3% nas vendas de 2015. “Trata-se de um setor
que depende muito do crédito, que está cada vez mais restrito”, diz
Gamboa.
Se for considerado o varejo restrito, que exclui as vendas de
veículos e de materiais de construção, a queda nas vendas diminui um
pouco, com recuo de 3,5% ao longo do ano passado.
Em 2015, o faturamento do varejo restrito do Estado de São Paulo
aumentou 3,6%, enquanto que o varejo ampliado (considerando
concessionárias de veículos e lojas de materiais de construção) avançou
1%.
REGIÕES
O ACVarejo mostra que o volume de vendas do varejo ampliado da
capital paulista recuou 6,6%, acima da média do estado. Entre as 16
regiões pesquisadas no levantamento, apenas duas auferiram elevação:
Presidente Prudente, com alta de 0,1% nas vendas e a região
metropolitana do Alto do Tietê, com elevação de 7%.
Fonte: Diario do comercio
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